Na Bancada #1!

     Olá pessoal! Vou começar uma nova série aqui no blog chamada Na Bancada. Nela eu postarei algumas curiosidades e serviços que surgem na minha bancada de eletrônica e informática. Espero que curtam esse conteúdo.

    Essa semana, uma cliente entrou em contato comigo perguntando se eu poderia olhar a máquina de costura dela. Bom, não é muito a minha praia, mas serviço é serviço. Ela disse pra mim que a máquina de costura quando colocada na tomada, já começa a costurar sozinha. Bom, até pensei que tinha que chamar um exorcista e não um técnico. Mas brincadeiras a parte, fui lá conferir.

    Isolando rapidamente o problema, deduzi logo que o motor estava funcionando e que o problema estava entre a fonte (rede elétrica, 220V) e o motor. Ou seja o pedal de aceleração. Por ser uma máquina mais nova, imaginei que o controle seria por TRIAC, ou circuito dimer.

    E era mesmo um circuito de controle por Triac. Testei todos os componentes e o problema estava no TRIAC. Disparava sozinho alimentando já a carga. O Triac que o circuito utilizava é um BT134 no encapsulamento TO-126. Este modelo eu não tinha em estoque no bancada, então eu o substituí por um BCR16 que é mais robusto que o original e ambos possuem os terminais de MT1, MT2 e Gate na mesma disposição. Aproveitei também e troquei o DIAC, um DB3. 


Figura 1: Triac BT134 no encapsulamento TO-126. Fonte: do autor.

    Também testei os capacitores e os potenciômetros. Sobre estes últimos, um deles é um trimpot de 1MΩ para ajuste e o principal é um deslizante cuja a pista de grafite é estampada direto na PCI.

    

Figura 2: Parte da frente da placa de controle de velocidade. Fonte: do autor.

Figura 3: Parte de trás da placa de controle de velocidade. Fonte: do autor.

    Fiz os reparos na placa, montei na máquina da cliente e tudo funcionou. Reparei mais tarde que este circuito era um pouco diferente dos circuitos de dimer que montamos com BTA24 ou outro TRIAC. Então, lembrei que temos aqui em casa uma máquina com o mesmo sistema de controle e desmontei o pedal para desenhar o circuito. Com o multímetro eu medi a resistência da pista de grafite que marcou 2MΩ.

Figura 4: Engenharia reversa. Fonte: do autor.


    Aproveitei por curiosidade e montei o esquemático do circuito no software Kicad. Quem sabe mais tarde eu monte ele em uma placa. O problema seria o potenciômetro principal pois eu não consigo montar uma pista de grafite direto na placa. Quem sabe mudar por um modelo deslizante.


Figura 5: Esquemático do circuito desenhado no software Kicad. Fonte: do autor.

    Por acaso você já se depararam com esta configuração de circuito dimer? Por curiosidade nas máquinas antigas este sistema de controle de velocidade se dava por um reostato, que simplificando, é um potenciômetro de alta potência. Ele atuava diminuindo a tensão que era entregada ao motor, sem deformar a onda senoidal da rede.
    Este tipo de controle de velocidade de motores AC, com carvão, por dimer, é bastante comum por ser barato e até eficiente.

    Bom espero que tenham curtido o conteúdo. Vou tentar trazer com uma certa frequência postagem para essa série.
    
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    Agradeço desde já a atenção de vocês e nos vemos na próxima postagem. 

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